Uma pauta que não sai do calendário político de Itu, desde o fim da década de 90 e, claro, que ainda hoje é discutida, é a mudança da Rua Floriano Peixoto – eixo principal do comércio da cidade – em um espaço de convívio, bem-estar, para que o fluxo de pedestres seja mais seguro e que atenda às necessidades dos comerciantes. Uma espécie de ‘calçadão’.
A linha guia do projeto é a expansão do calçamento, que é muito estreito e põe centenas de pedestres em risco diariamente, devido ao grande fluxo de carros. Além das áreas de convívio e bem-estar, transformando o trecho entre a Praça da Independência (Largo do Carmo) e a Praça Padre Anchieta (Largo do Bom Jesus) em um Boulevard.
Em dezembro de 2006, a Rua Floriano Peixoto foi fechada durante seis dias, colocando em teste o ‘calçadão’. Nesse período foi proibido o trânsito de veículos comuns, somente carros-fortes e caminhões de carga e descarga. Ao longo da via fechada tinham tendas para ouvir a opinião das pessoas e comerciantes. A maioria dos que opinaram não sentiram muita diferença no ‘calçadão’.
Nos anos seguintes, o assunto foi abafado, nenhum outro teste ou ação concreta foi realizada. Somente discussões, conversas entre ‘quatro paredes’. Porém, no final de 2017 e início de 2018, o assunto tomou vida novamente.
Antes de apresentar o planejamento de mobilidade urbana, paisagismo e alterações no fluxo de carros do centro comercial de Itu, realizado em julho de 2018, a Prefeitura determinou a padronização de cores e fachadas dos imóveis históricos. Fato que tumultuou, desagradou e prejudicou financeiramente comerciantes e moradores da região central da cidade.
Na noite da apresentação do projeto, ocorrido no auditório da Prefeitura, o prefeito Guilherme Gazzola pontou cada detalhe das mudanças aos lojistas e moradores.
Como dito no início, o foco é no alargamento das calçadas para maior circulação e segurança das pessoas, com isso, a possibilidade de estacionar carros do lado direito da rua deixará de existir, mantendo um corredor central, havendo apenas bolsões de estacionamento em determinados trechos. Em compensação, um novo plano de Zona Azul está em desenvolvimento, tanto para o Centro Histórico, quanto para as ruas ao redor.
De acordo com a Secretaria de Segurança, Trânsito e Transporte, o número de vagas vai aumentar das atuais 583 para cerca de 1550. Dentro das ações para facilitar a busca de vagas para estacionar, também será criado um sistema digital de Zona Azul, tornando a rotatividade mais efetiva.
Em entrevista ao Jornal Periscópio, dias antes da reunião no auditório, Gazzola disse: “Nossa intenção é favorecer o fluxo de quem estiver a pé, aprimorar a acessibilidade de cadeirantes e outras pessoas com limitações de mobilidade, aumentar a segurança dos pedestres e gerar espaços de convívio”.
O prefeito ainda acrescentou outros pontos positivos do projeto: “Acreditamos que o reflexo disso tudo será muito superior em relação à eliminação de vagas de estacionamento e trará reflexos positivos para os lojistas, com pessoas caminhando com mais tranquilidade, permanecendo mais tempo diante dos estabelecimentos, podendo apreciar as vitrines e usufruindo deste importante centro comercial de nossa cidade”.
O projeto foi dividido em quatro etapas. A primeira, já concluída, foi o reparo da rede de água e esgoto da Rua Floriano Peixoto realizado pela Companhia Ituana de Saneamento (CIS). A segunda, também concluída, foi a revitalização asfáltica do trecho. A terceira é a pintura delimitadora para fluxo e vagas para carros, além das sinalizações verticais e horizontais. Este em processo de conclusão. E a última será a construção das áreas de convívio, com bancos, apoios para bicicletas, floreiras, parklets e afins.
Mesmo diante a pandemia e quarentena, as obras continuam acontecendo, porém ainda não há data prevista para a entrega do formato Boulevard da via.