O País perde apenas para o Japão, a realidade exige a atenção de empresários e psicólogos
Dia 27 de Agosto é celebrado o Dia Nacional do Psicólogo, entretanto é fundamental reforçar a importância da abordagem da psicologia organizacionalpara promover a saúde mental, gerenciar conflitos e criar um ambiente de trabalho saudável e produtivo
Com um mundo cada vez mais globalizado, as organizações enfrentam desafios diários diante das altas demandas e da aceleração tecnológica. De acordo com uma pesquisa da International Stress Management Association (ISMA), atualmente o Brasil é o segundo país do mundo com mais casos de Burnout, perdendo apenas para o Japão, onde 70% da população é afetada pela doença. A síndrome foi reconhecida e classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2022. Diante desse cenário, muitas empresas estão apresentando interesse quando o assunto é a promoção da qualidade de vida no ambiente de trabalho, compreendendo a necessidade do bem-estar de seus colaboradores e como consequência o alcance de suas metas e objetivos.
Essa realidade destaca a importância da psicologia organizacional nas empresas, pois ela apoia o desenvolvimento de líderes que buscam alta performance, considerando o bem-estar de seus colaboradores. Segundo Veruska Galvão, especialista em desenvolvimento humano e organizacional, essa abordagem permite que a liderança compreenda o comportamento humano, identifique os fatores que influenciam a colaboração e a eficiência dos funcionários, e implemente ações para criar um ambiente de trabalho colaborativo, onde os funcionários se sintam bem e, principalmente, saudáveis.
“Esse cenário que nos cerca, onde grande parte dos colaboradores adoecem e apresentam a síndrome do burnout e outras doenças relacionadas a saúde mental, só reforça a importância da abordagem da psicologia organizacional nas empresas, pois ela promove as estratégias corretas para fortalecimento desses negócios, por meio das relações saudáveis dentro das organizações”, ressalta a psicóloga organizacional Veruska Galvão.
Síndrome de Burnout no Brasil
A síndrome de burnout tem sido um fator bastante preocupante no país. Na maioria das vezes a realidade organizacional e o excesso de responsabilidades, pressão para bater metas, relações tóxicas, entre outros fatores têm adoecido muitos colaboradores.
Segundo dados da Associação Nacional de Medicina do Trabalho (ANAMT), aproximadamente 30% dos trabalhadores brasileiros sofrem com a síndrome de burnout. De acordo com o Ministério da Saúde, a Síndrome de Burnout é um distúrbio emocional com sintomas de exaustão extrema causadas por “situações de trabalho desgastante, que demandam muita competitividade ou responsabilidade“. A causa da doença, cada dia mais frequente nos debates sobre saúde mental, é o estresse e a pressão originados no ambiente de trabalho.
Para Veruska Galvão, a psicologia organizacional pode apoiar as empresas a promoverem um ambiente saudável e sustentável do ponto de vista financeiro também, não só em relação ao meio ambiente, mas também em relação à sustentabilidade financeira.
Veruska Galvão ressalta ainda que, quando existe um espaço organizacional saudável, positivo, onde o clima é agradável, com relações saudáveis, é muito mais propenso o resultado final ser melhor. Diante disso, ela reforça que se as empresas querem ter bons resultados, mas para isso, elas precisam incluir as pessoas. Para termos bons resultados financeiros, precisamos ter bons resultados nas relações de trabalho. Um ambiente de trabalho que promova qualidade de vida das pessoas, onde elas gostem de estar e não sejam obrigadas a estar em troca de um salário para a sua sobrevivência. “O trabalho pode ser muito mais do que isso e a psicologia organizacional tem um papel fundamental nesta compreensão por parte das lideranças das organizações”, afirma a especialista.
“O legado que eu quero deixar e que inclusive eu tenho trabalhado é na formação de profissionais que saibam utilizar esta abordagem para causar um impacto real nas empresas, na vida das pessoas. Então o meu legado está muito relacionado a formação destes profissionais para que sejam capacitados e que possam trabalhar no desenvolvimento de culturas empresariais, de fato saudáveis, que considerem as pessoas e considerem seus colaboradores para seus bons resultados”, conclui Veruska Galvão.
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