Em comemoração ao centenário da Semana de Arte Moderna de 1922, a Parla Comunicação reuniu escritores, artistas plásticos, cantores, atores, fotógrafos, entre outros profissionais da arte na Feira Literária e Cultural (FLIC), de Itu. Foram quatro dias (19 a 22 de maio) intensos de atividades diversas para todos os gostos e idades. Um marco cultural para a história de Itu.
Esse encontro literato-cultural se tornou real graças às ‘centenas de mãos’ colaborativas que tinham como intuito ‘democratizar o acesso à cultura’ e tornar a cidade em um ‘polo artístico’. E, de acordo com os organizadores e organizadoras, os objetivos foram mais do que atingidos……foram superados.
Uma personalidade que se destacou na Semana da Arte Moderna de 1922, mesmo não participando da mesma, e homenageada na FLIC, foi Patrícia Rehder Galvão (1910-1962), conhecida como Pagu. Seu destaque nasceu a partir de seus comportamentos extravagantes à época e ainda mais após integrar-se no movimento Antropofágico pós-Semana de Arte Moderna, ao lado de Tarsila do Amaral e Oswald de Andrade.
Um pouco da Feira
A abertura do evento (19) foi na Tenda Literária, montada na Praça da Independência (Carmo), com o show da escritora, slammer, poetisa e produtora cultural, Mel Duarte, apresentação de Renato Nalini, atual Presidente e Imortal da Academia Paulista de Letras e o lançamento do livro ‘Maria Angela à frente e em frente’, de Rodrigo Stucchi.
Antes mesmo da abertura oficial, o Museu da Energia já apresentava obras fotográficas e artes plásticas de artistas diferentes, mas baseados em um mesmo tema: Invisibilizados.
As interações artísticas aconteceram em quatro ambientes diferentes: Tenda Literária e Tenda Mista, ambas na Praça do Carmo, Feira de Livros (Colégio Anglo) e Museu da Energia. Devido a quantidade de atividades, em alguns momentos elas ocorreram simultaneamente. Ou seja, o que não faltou foi opção!
Na sexta-feira iniciaram as mesas de conversas. Um bate papo entre escritores(as), ilustradores, jornalistas, poetas e até um político. Os temas se voltaram, na maioria das discussões, ao público infanto-juvenil que são estimulados a entrar no mundo da literatura por meio de páginas ilustradas, mas, ao mesmo tempo, cultivando assuntos sérios como valores e respeito. Vertentes pouco encontradas em livros infantis.
A última mesa de conversa do dia tratou do tema: Territórios em 2022: espaços na escrita e fora dela que precisamos ocupar. Aquela expressão ‘papo cabeça’ se encaixa muito bem nesse contexto, afinal as histórias de Mayra Sigwalt, Eduardo Suplicy, Caco Pontes e Maria Carolina Casati se conectam culturalmente em determinados pontos de suas vidas.
Sessão de Autógrafos
Esse quesito não podia ficar fora do ‘repertório’ da Feira Literária e Cultural. Assim como a variedade de entretenimento, centenas de livros e temas, para não dizer milhares, estavam à disposição para saciar a sede literária de qualquer pessoa.
Além dos autores e autoras presentes, a Livraria Atlântica também participou, apoiando esse encontro literato-cultural e expondo seus livros, nacionais e internacionais, em mesas e prateleiras na quadra do Colégio Anglo.
Pela programação da FLIC é possível conferir o nome de cada autor e autora que autografaram seus livros.
Museu da Energia
Além de receber a mostra fotográfica e artística de Cassia Aranha, Selma Regina Dias, Luhly Abreu, Erika Mayumi, Mário Castello, Bianca Vasconcellos, Kimberly Santos, CODISEI, Comunidade Haitiana e Laura Martinez, o museu foi palco de vários filmes e documentários independentes – aqueles de curta metragem, que abordam outras perspectivas cinematográficas, fortes visões e lições para quem os assiste.
Conheça-os:
Vidas entregues, de Renato Prata Biar
Preciso Dizer que Te Amo, de Ariel Nobre
Corpo Cru, de Marina Martins
Acorde, de Mikael Claro
Eu Nasci Assim, de Bárbara Schreurs
Não Mais Silêncio – Sobreviventes do Holocausto Falam, de Luiz Rampazzo
Outras Intervenções Culturais
A programação da FLIC foi construída pensando em um público-alvo gigantesco. Desde crianças do Ensino Infantil até aqueles com experiências de vida suficientes para escrever mais de um livro.
Mais acima, foram citadas algumas das apresentações que entreteram centenas de visitantes nos quatro dias de evento, mas também houve contação de histórias e estórias, exposições, teatro, atividades lúdicas, música, oficinas (jogos e brincadeiras), palhaçaria e slam (batalha entre poetas).
O terceiro dia de Feira, sábado (21), foi o mais intenso. Foram 7 mesas de conversa, 7 sessões de autógrafos, 8 atrações na Tenda Mista e 6 mostras no Museu da Energia.
Encerramento
Domingo é popularmente conhecido como ‘dia de ficar em casa’ e ‘não fazer nada’, mas, esse último, em Itu, foi bem diferente!
Logo às 9 horas da manhã, a Tenda Literária, onde as mesas de conversa aconteceram, já estava com quase todas as cadeiras ocupadas. Pouco depois começou a Sessão de Autógrafos, que foi até o final da tarde, pois 9 artistas deixaram suas ‘assinaturas’ nas dezenas de exemplares vendidos.
E, para finalizar a Feira Literária e Cultural de Itu bem caracterizada e em memória ao centenário da Semana de Arte Moderna de 1922, o grupo Antropofágicos encerrou com músicas de diversos autores da ‘Era Modernista’ que refletem a estética do movimento.
Esse encontro multi literário e cultural foi possível graças à união de Paulo Stucchi (Realização e Organização), Fernanda Vaz Rabello (Organização), Ana Squilanti (Curadoria Literária) e Jéssica Balbino (Consultoria).