Mercado de vizinhança se fortalece

Quando analisamos tendências do varejo e consumo, muitas pesquisas fazem um paralelo entre as vendas on-line e presenciais, mas existem particularidades que devem ser consideradas para além disso. Com as pessoas buscando a cada dia mais comodidade, qualidade de vida e com muitos trabalhando, ao menos parcialmente, a partir de casa, existe atualmente uma mudança significativa no perfil do consumidor. É nesse movimento que se multiplicam, por exemplo, os strip malls, empreendimentos que fortalecem o comércio de vizinhança.

Uma alternativa aos shopping centers tradicionais, o modelo de negócio que funciona em espaços pequenos e locais estratégicos, possibilita captar maior atenção do cliente, que acaba atraído pelas vitrines posicionadas de modo a dar maior visibilidade, com facilidade para estacionar e com resolução ágil de seus problemas rotineiros. No caminho para casa ou para o trabalho, esse fácil acesso a serviços, retirada de itens ou encomenda de refeições favorece até mesmo uma pausa para um café, um respiro em meio à correria do dia a dia e sem que percam de vista seus objetivos de consumo.

Um estudo realizado pela Kantar Worldpanel, em dez países da América Latina, incluindo o Brasil, apontou que 68% dos latinos fazem suas compras perto de casa. Analisando apenas os consumidores brasileiros, este número chega a 77% segundo pesquisa realizada recentemente pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC). Diante deste panorama, o número de strip malls cresce, mas hoje, quase 70% dos empreendimentos nesse formato no Brasil possuem menos de 5 anos, segundo pesquisa feita pela Associação Brasileira de Strip Malls (ABMalls), o que revela um mercado ainda jovem e com latência de possibilidades.

Vale lembrar que a maior parte desses comércios de vizinhança é pensada a partir de projetos constituídos de áreas amplas e verdes, com foco no paisagismo e no reforço a ambientes que prezam por transmitir uma tranquilidade visual. Essa preocupação ao projetar a arquitetura desses espaços vai ao encontro do que a Organização Mundial da Saúde (OMS) indicou ao publicar que construções são responsáveis por cerca de 13% dos fatores que impactam a saúde das pessoas. Redes de supermercado, academias, por exemplo, já entenderam esse movimento e estão apostando fortemente nesse formato de lojas menores e com perfil de bairro.

Com essa mudança de hábitos, a tendência é que o mercado de vizinhança se consolide como um modelo viável para os novos perfis de consumidores e a tendência é de que as empresas invistam ainda mais nesse modelo de negócio. Com essas rotinas carregadas – enquanto cada atividade tem menos tempo para acontecer –, otimizar o tempo das compras e de outras atividades rotineiras é um caminho sem volta.

Exemplo de Strip Mall

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