No mês passado os veículos da cidade divulgaram a ampliação do sistema de videomonitoramento em Itu realizado pela prefeitura junto ao Ministério da Justiça. Em busca de mais esclarecimentos, o Imprensa Aberta e o Ache Aqui Local entrevistaram o Secretário Municipal de Segurança, Trânsito e Transporte, Coronel Marco Antônio Augusto, a GCM e também ouviu comerciantes e populares.
O sistema de monitoramento por câmeras teve início em janeiro de 2015, na gestão do atual prefeito Antônio Luiz Carvalho Gomes, conhecido como Tuíze, a partir de um projeto apresentado à Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça. O projeto inicial estabelecia adquirir sessenta e quatro câmeras divididas em três modelos (LPR, Speed Dome, Fixas), totalizando R$ 2,5 milhões, porém o Governo Federal avalizou somente dezesseis, R$ 582 mil. Em seguida, um processo de licitação foi aberto para as empresas interessadas em fornecer os equipamentos necessários, onde conseguiu-se uma redução de 32%, segundo o secretário Marco Antônio. O equivalente a R$ 396 mil. Com a redução adquirida foi possível aditar oito novas câmeras no valor de R$ 99 mil – redução dos 25% pela Lei 8666. Na última licitação, fruto da sobra de orçamento de R$ 87 mil, mais oito aparelhos se juntaram aos 24. Totalizou 32. (582 – 396 = 186 – 99 = 87)
Cerca de R$ 120 mil foram investidos no primeiro semestre de 2016 pelo Governo Municipal, implantando outras oito câmeras de videomonitoramento, que somadas às existentes chega a quarenta e uma (1 no interior da GCM). O ‘ponto de partida’ de instalação é a região central da cidade e se espalha num raio de até 10km, segundo o secretário. A localização de cada uma delas estará nos próximos parágrafos.
Marco Antônio disse que até o momento foram investidos cerca de R$ 800 mil em equipamentos, valor este proveniente de ambos os governos, municipal e federal, segmentados em três fases/licitações: 1ª) R$ 396 mil; 2ª) R$ 99 mil; 3ª) R$ 87 mil. E no próximo semestre, a intenção da Secretaria de Segurança Municipal é somar mais 19 aparelhos.
Não podemos negar que o sistema de segurança por câmeras é eficaz, tanto que é utilizado há anos em empresas de todos os portes, dentro e fora do país, e essa tecnologia se aprimora com uma rapidez ímpar. Escolas, escritórios, drogarias, residências, enfim, todos já aderiram ou vão aderir a esse tipo de vigilância. Veja esse exemplo. Mas é válido fazer um alerta: não é só isso que vai trazer a tranquilidade nos lugares ou para às pessoas. Um efetivo nas ruas é essencial.
De nada adiantaria ter equipamentos de qualidade sem uma precisa análise dos pontos de instalação. O coronel Marco Antônio deixou bem claro esse ponto. “Um estudo em conjunto é feito entre Guarda Civil Municipal, Polícia Militar e Polícia Civil. O Exército Brasileiro é convidado por termos um quartel em Itu. Nessa reunião que chamamos de análise crítica, são vistos pontos denominados ‘incidência criminal’, principalmente de furto e roubo de pessoas e veículos, onde o sistema de videomonitoramento mais atua. Dessa reunião a polícia civil e militar apresentam os pontos críticos”, detalha. Ele acrescenta que de acordo com dados da GCM, as ocorrências onde têm câmeras, diminuíram ´mais de 90%. Isso através do feedback da população, que foi ‘acima da média’.
O sistema de medição desse retorno trabalha sob dois aspectos. O primeiro, e mais importante, citado pelo secretario, é a sensação de segurança que a pessoa tem quando está no sistema. Por exemplo, o cidadão está no ponto de ônibus que tem monitoramento, ele se sente seguro. “A pessoa se sente segura, até porque o índice de ocorrência ali é zero!”. O segundo é a otimização do recurso humano, ou seja, ao invés de colocar dez patrulhas naquele local, um GCM controla 41 (quarenta e uma câmeras). “Você tem uma redução de recurso humano, podendo colocar mais patrulhas onde não tem o sistema”, pontua.
O Outro Lado
Nossa equipe ouviu o outro lado, a parte mais interessada, para sentir como está o clima, qual é a sensação. Acredito que você leitor já imagina as respostas. Falamos com comerciantes dos mais diversos segmentos do bairro Vila Nova e centro da cidade, além das pessoas que passavam pelas ruas.
Começamos pelos comércios ao redor da empresa de segurança Protelt, que aliás foi a que venceu as três licitações citadas há pouco. Logo de início o feedback foi negativo. Uma mulher próximo dos quarenta anos, disse que mesmo com a vigilância eletrônica o índice de furtos, roubos e assaltos continuam frequentes. Ela lembrou que na última semana, o estabelecimento onde trabalha foi assaltado duas vezes à mão armada, mesmo com videomonitoramento na esquina. “Não tem segurança nenhuma. Fica muito escuro aqui, precisa de policiais!”, reforçou algumas vezes. O ponto de ônibus próximo ao Rotary Clube, após às 17 horas, se torna alvo de roubos, forçando as pessoas a arrumar outra maneira de voltar para casa. Um outro funcionário citou ocorrências que ouviu e viu em outros comércios na mesma avenida.
Mais à frente os dizeres foram praticamente os mesmos. As câmeras, o sistema em si é muito válido, mas não afasta, não inibe a atuação dos ladrões. A presença da GCM (Guarda Civil Municipal) e policiais civis é que traz a real sensação de segurança, afirmam as pessoas. O gerente de um salão de cabeleireiro disse que já foi vítima de roubo e relacionou três casos, também mencionados pelos primeiros entrevistados. A Caixa Econômica, o Bradesco, a Droga Raia e o Boticário são alvos recorrentes dos bandidos e esses casos aconteceram no máximo há um mês segundo eles.
Acredito que não haveria razão para nossas fontes (não vamos citar nomes por precaução) inventar ou mentir sobre os fatos. O monitoramento por câmeras funcionam muito bem, não negamos, mas o efetivo rondando precisa continuar. Um cliente de uma loja desabafou: “Há ações corretivas, não preventivas!”. Na rua que passa pela empresa de segurança um empresário disse não ver tantas pessoas ‘suspeitas’ no bairro. Só não confirma que seja devido às câmeras.
O Posto Rei dos Reis, ainda na Vila Nova, foi assaltado à mão armada duas vezes há vinte dias relatou um dos frentistas. Ambos aconteceram durante a madrugada e ele deixou claro que o sistema não colaborou em nada, pelos menos não por enquanto. No centro as opiniões foram mais neutras. Os trabalhadores com quem conversamos afirmaram que a sensação de segurança não mudou, mas os furtos e roubos, apesar de diminuírem, ainda acontecem.
Pelo o que pudemos perceber, a Vila Nova e o Centro da cidade não sentiram diferença com o sistema de monitoramento por vídeo. Mais uma vez, não por enquanto. As outras regiões ainda não colhemos as opiniões de comerciantes e moradores, mas é possível enxergar o cenário. Nossa equipe vai puxar o histórico de ocorrências com a polícia e GCM para análise.
Você leitor pode nos ajudar mandando informações através do blog, email e telefone.
Locais das câmeras
- Praça Padre Miguel (Largo da Matriz);
· Rua Floriano Peixoto esquina com Rua Sete de Setembro;
· Rua Floriano Peixoto esquina com Praça da Independência (Largo do Carmo);
· Rua Santa Rita, em frente à Igreja de Santa Rita;
· Praça da Bandeira em frente ao Mercado Municipal;
· Terminal Rodoviário;
· Praça dos Saltenses;
· Rotatória do supermercado Walmart (2 aparelhos);
· Rotatória do Plaza Shopping Itu;
· Praça Washington Luís (Estádio Municipal);
· Sede GCM (interna);
· Em frente à sede da GCM;
· Av. Tiradentes, em frente ao Edifício Nova Center;
· Av. Prudente de Moraes (próximo ao Bradesco);
· Rua Joaquim Borges esquina com Rua Dr. Silva Castro;
· Portal Sul da cidade (Itu Plaza Hotel) – saída para Jundiaí – conjunto de quatro câmeras com leitura de placas.
· Portal Norte da cidade (Tenda Atacado) – saída para Porto Feliz – conjunto de quatro câmeras com leitura de placas.
*Aqui listamos 24. As 17 restantes ainda vamos listar.